O geral e o específico

Esta semana percebi (espero não estar enganado) que a moda Emo está passando. Até a banda Reboot parece que começou a mudar de roupa. Na teoria do caos, existem alguns tais atratores estranhos. Umas figurinhas bem interessantes, que costumam fazer tender o movimento ao redor de algo estranho. Já tentei imaginar as pessoas como partículas de um gás. Cada uma com seu movimento, todas mais ou menos no mesmo ambiente, mas nada de ordem. Só que têm esses tais atratores estranhos, que costumam fazer as coisas tenderem para algo.. estranho.

Algumas coisas me confundem quando se promove o respeito, o direito de alguma parte esquecida. Vi, mais uma vez, uma propaganda promovendo a inclusão de pessoas com deficiência (sem especificar) com a foto de uma criança com Síndrome de Down. Ontem não consegui permanecer na calçada, enquanto passeava com meu filho no carrinho de bebê, pois resolveram, dois motociclistas, estacionar formando um  X no caminho. Senti-me excluído. Acho que estou precisando fazer uma campanha da inclusão dos bebês, par respeitar quem anda com carrinho de bebê. Claro.. eu poderia simplesmente disputar espaço com os carros no asfalto.. ¬¬

O que senti falta mesmo foi de mais abertura na propaganda sobre inclusão de crianças com Síndrome de Down. Comparando com um cara que comentou o problema gerado com a homofobia. Aparentemente os crimes de homofobia ganharam tratamento especial, fazendo com que o mesmo crime contra qualquer pessoa, não motivado por questões de orientação sexual, não tenha o mesmo tratamento. Afinal, se todos somos iguais perante a lei, exigir o cumprimento desta simples frase constitucional deveria ser mais simples que criar outras leis e outras cotas redundantes. Depois que começaram a usar a imagem de crianças com SD em novelas, parece que não existem outras deficiências. E o idoso, a grávida, a criança.

Quando a diferença começar a perder a importância, e nos vermos mais como pessoas capazes na criatividade e da diversidade, será o sinal da maturidade chegando.

A sociedade gosta de se preocupar com problemas da moda, sem prestar atenção que certas coisas são mais gerais que aparenta, e às vezes até oculta o principal problema, ao invés de beneficiar um pequeno grupo, lembrar que todo mundo pensando em todo mundo é mais fácil que alguns simplesmente deixando de pensar e obedecendo a opinião de poucos. Como os episódios de violência urbana que ocorreram em Londres, que foram tratados por algumas mídias como vandalismo, mas na verdade era uma resposta a problemas sociais que o governo simplesmente escolheu passar da incompetência para a negligência. Com medo disto ser entendido aqui no Brasil como forma de protesto, um certo canal tentou mostrar que era uma forma de crime. Afinal, ainda vivemos na ditadura, mas ninguém quer ser louco de assumir isso.

Muitos problemas pequenos acontecem ao nosso redor, e simplesmente deixamos que aconteçam por estarmos acostumados. É mais fácil manter a inércia.

As borboletas têm asas fortes pois ninguém vai lá ajudar a romper o casulo.

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